quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

um dia eu fujo e vo viver de samba

oi

Toda minha capacidade de expressão focada em uma janela de computador. Quem diria.
Cadê toda aquela disposição pra devorar livros e abraçá-los pra ver se dava pra sentir mais ainda aquelas frases e caronas e poemas e romances (?).. agora é só aqui. Vou queimar essa máquina. Sair daqui, parar de conversar, não preciso de tanta comunicação assim, de tantas notificações, avisos, propagandas e detalhes. No fim, são uns detalhes idiotas mesmo, que não fazem falta em uma semana, talvez dêem saudade em um mês, mas no seguinte já são dispensáveis. Podia viver a vida sem notícias, alienada numa casa pequena com duendes de jardim e essas coisas que casas pequenas de gente alienada têm. Tipo, plantas. Mas não me dou bem com plantas. Eu acho elas uma gracinha e tudo, mas odeio ter responsabilidades como regar. Matei um cacto por falta de água no ano passado.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Reflexões num bloco branco de 15 centímetros

23 de janeiro de 2010 você tem a leve impressão de não ter escrito nada no ano, eu, por acaso, não tenho, apesar de no fundo não ter escrito, mas impressões são apenas conclusões impensadas com 36,5% de chance de estarem corretas. Dizem que a água vai acabar. Não no mundo (isso também dizem) mas aqui na cidade. Imaginemos que assim todas aquelas roupas guardadas no fundo da gaveta (presentes das tias) serão usadas. A água é como uma greve de operários. Uma hora tem que voltar, afinal, filhos precisam ser alimentados com o salário no fim do mês. Mas a água não tem filhos, então fica mais complicado (nota: bom título para um filme: Os Filhos da Água).
Vou divulgar uma coisa que pensei quando levava um caldo hoje mais cedo:
GUIA PRÁTICO DE SEQUESTRO
1 Sequestre pessoas pobres. Eles amam os filhos e não chamam atenção da imprensa.
2 Receba o dinheiro por SEDEX. É rápido e seguro.
3 Tenha preferência por filhos. Pais são velhos e inúteis.
Acho sequestro um crime muito desemocionante. Além de ser extremamente capitalista. O que houve com a revolta e o vigor do roubo? O negócio é que as pessoas não pensam mais no significado de seus crimes, só querem lucrar. Nesse caso, o sequestro é realmente mais indicado. Vou mudar de assunto, esse já tem muitas páginas. Ah.
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Às vezes a gente tem simplismente que parar pra prestar atenção em qualquer coisa. Tipo quando você está lendo numa varanda qualquer enquanto balançam na rede na sua frente sem a mínima presa de viver e você houve um barulho estranho como um assovio agudo, que poderia ser qualquer coisa mas é só o vento. E numa hora dessas não tem jeito, a única coisa que você tem é uma baita vontade de chorar. E acho que escrever é chorar. E acho que não existe melhor forma de chorar do que essa.
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Nem dá pra entender direito qual é o prazer de acordar tão cedo. Você passa o dia todo se enxendo das pessoas, querendo que algumas sumam e outras simplismente dêem uma volta, mas quando acorda de manhã e se vê sozinho, só fica torcendo pra que todo mundo acorde logo. Ou não.